sábado, 24 de novembro de 2012

Ultimato... 1890... os Pinos... 18 e noventa... também...



Data: 1890 (versão original)
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil

I
Herois do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh patria ergue-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões
marchar, marchar!





II
Desfralda a invicta bandeira,
À luz viva do teu céo!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu sólo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões
marchar, marchar!






III
Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do resurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões
marchar, marchar!






¿Qué din os rumorosos na costa verdecente
ao raio transparente do prácido luar?

¿Qué din as altas copas de escuro arume arpado
co seu ben compasado monótono fungar?

Do teu verdor cinguido e de benignos astros
confín dos verdes castros e valeroso chan,

non des a esquecemento da inxuria o rudo encono;
desperta do teu sono fogar de Breogán.

Os bos e xenerosos a nosa voz entenden
e con arroubo atenden o noso ronco son,

mais sóo os iñorantes e féridos e duros,
imbéciles e escuros non nos entenden, non.





Os tempos son chegados dos bardos das edades
que as vosas vaguedades cumprido fin terán;

pois, donde quer, xigante a nosa voz pregoa
a redenzón da boa nazón de Breogán.

Teus fillos vagorosos en que honor soo late,
a intrépido combate dispondo o peito van;

se, por ti mesma, libre de indigna servidume
e de oprobioso alcume, rexión de Breogán







Á nobre Lusitania os brazos tende amigos,
ós eidos ben antigos con un punxente afán;

e cumpre as vaguedades dos teus soantes pinos
duns máxicos destinos, ¡oh, grei de Breogán!








Amor da terra verde, da verde terra nosa,
acende a raza briosa de Ousinde e de Froxán;

que aló nos seus garridos xustillos, mal constreitos,
os doces e albos peitos das fillas de Breogán;

que á nobre prole insinen fortísimos acentos,
non mólidos concentos que ás virxes só ben están;

mais os robustos ecos que, ¡oh, patria!, ben recordas
das sonorosas cordas das arpas de Breogán.



Estima non se alcanza cun vil xemido brando;
calquer requer rogando con voz que esquecerán;

mais cun rumor xigante, subrime e parecido
ao intrépido sonido das armas de Breogán.

Galegos, sede fortes, prontos a grandes feitos;
aparellade os peitos a glorioso afán;

fillos dos nobres celtas, fortes e peregrinos,
luitade plos destinos dos eidos de Breogán
 








(fernando pessoa)

Há uma musica do Povo
Nem sei dizer se é um Fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado…
Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser…
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver…
Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção…
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração…
Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido…
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!


fernando pessoa




Cando penso que te fuches,
negra sombra que me asombras,
ó pé dos meus cabezales
tornas facéndome mofa.
Cando maxino que es ida,
no mesmo sol te me amostras,
i eres a estrela que brila,
i eres o vento que zoa.
Si cantan, es ti que cantas,
si choran, es ti que choras,
i es o marmurio do río
i es a noite i es a aurora.
En todo estás e ti es todo,
pra min i en min mesma moras,
nin me abandonarás nunca,
sombra que sempre me asombras.


Por isso - povo que lavas no rio... que te esforças: dias a fio.. por perseverar nesta febre mortal - que separa a alma da terra e o sentir do seu ser intemporal... recorda! desperta! a corda! que se pendura a todos os que não dão o que têm de sí... e que eleva à glória aqueles que se dão sem memória para entrar nos eidos de outrora - que são estes reinos de agora feitos venda ou penhora - ultraje aos ancestros que nos fizeram o ser e o sentir -

 o que somos e queremos não é aquilo que nos mandam os que são cinzentos: sombras sem corpo, sementes de vento sem raíz... gentes deste tempo de fadas - sem bandeira, pátria ou cerviz...

Aponta tuas amadas espadas - tuas letras assinaladas - para o mundo novo que queres ver nascer dentro de ti... esses ecos - sementes antergas - ecos dos castros e das verdes pedras deste nosso verde e honroso PAÍS...



SEGUIMOS - procuramos - SETE MARES

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