segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O Sol se Ergueu desde Poente


Nasceu uma nova estrela… 
uma na que … 
se confia… 
ecoa em toda a parte – seja de noite… 
ou de dia…



Nasceu para um novo dia…
 um que é sintonia… 
confiança plena – em ti… 
em cada obra tua... 
uma nova perspectiva…




Viu-se brilhar de repente… 
um eco anterior 
ao que se ouve no poente…



Viu-se nascer por dentro 
– entre o estertor – 
no silencio



Viu-se… 
sentiu-se…





Fez-se maior – do que os homens – aos centos…



Foi entre as estrelas fulgor… 
se elevou além do firmamento…

Nasceu no teu interior 
– fogo vivo – 
último e primeiro elemento…



És livre… 
como o grande amor… 
viajas onde vai o vento…

És livre – faz valer teu esplendor…

Em cada passo
um novo alento...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Lo mires por donde lo mires... verás siempre lo mismo y por igual...

fotografia tirada no "rescaldo" da noite "tecno" : 
Parque Infantil do Penedo - Tui - 
onde é CONSTANTE o "botellón" - ao fim de semana
entre o lugar onde brincam crianças e pais pela manhã 
enfiados entregarrafas de "Jack" e os vidros partidos 
no solo concebido para que as crianças e bebés possam gatinhar... 

estranho como se faz algo tão caro e se desleixa assim... sem mais...

Eram crianças… e dançavam… e se moviam… ao ritmo de uma vida que não é vida…

Eram meninos… meninas… que contavam histórias das suas heroínas… dessas que o celulóide lhes impunha… essas que as telenovelas virtuais faziam – seres originais… em luta contra um sistema opressor… procurando serem elas parte de um futuro melhor…

Liberdade! Gritava a voz de esperança! Liberdade desta gente adulta que é pior que a criança!...


Contexto onde estas "jovens" 
- muitas delas menores - 
ficam até às quatro da manhã... 
rapazes e raparigas longe das mãos dos pais... 
e das autoridades  locais


E de tanta liberdade… se ficou… o dia que se perdia… a noite que se esquecia… e aquilo que ali se deixou…

A heroína despertava… despida… entre o lusco fusco de um dia que se não reconhecia…

Os adultos… em redor… buliam… iam à pressa… sem pressa… ninguém a via…

Paisagens que se repetem... 
contam os vizinhos que é noite sim... 
noite sim... 
fim de semana hostil... 
nos que as crianças de doze ou treze já querem alinhar...
filas sem fim... negócios assim... sem gente que controle aquilo que os come... o que consome... a juventude de hoje...
seus ídolos dos carros, dos sons das colunas em altos berros ligados... 
do "Beverly hills"... 
dos botellones sem fim... 
baratos que saem caros... 
bebidas brancas e charros...
logo ali... aqui... entre nós... assim...
tão simples e tão transparente que parece "moda de antigamente"...
simplesmente... 
não o é...
é fruto dos tempos em que todos passam e ninguém vê...


A menina criança mulher reconhecia a face oculta da liberdade que se cria… o doce algodoado… como fruto envenenado.. trazia um aguilhão oculto enterrado entre a folia…

adultos dormem onde - horas antes - algo acontecia... latas vazias mesmo do outro lado... ninguém as via... estava tudo cansado...


Toda a gente viu… toda a gente via… todos e cada um a despiu…por isso ninguém quereria assumir o que nunca viu… oculto nos fardos quese queriam fartos… quando são momentos entre tantos nos que se fecham os olhos fartos de tanta televisão de infarto contando normalidades aberrativas…


qual o caminho que queres ver... 
qual o mundo ao que queres pertencer... 
para onde o esforço do teu querer?

É tempo de desligar a caixa… é tempo de olhar quem por nós passa… de abraçar a criança enquanto criança… antes de que o vento a leve… para longe… de quem a teve… bem perto… no seu colo um dia…

É tempo amigo… 
amiga… 
é tempo de nostalgia…
de ligar a vida vazia e olhar os valores que se perdem dia a dia...









sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Exílios





Passo alegremente… entre tanta gente… existe barulho… folia…. Nostalgia que se disfarça entre tendas e barracas…

Era uma orla de vida… folhas balançando ao vento… além do sentir… e do pensamento… era a mais pura sintonia… brisa ao de leve que soprava a vida… e a vida que assim se revia…

Entre umas e outras anda a consciência devagar… e só… sentindo a vida que somos perder rumo entre o degredo e o fumo… buraco sem fundo, apelo ou dó…

Insistir… persistir… nessa ânsia voraz… que leva tudo e todos para além do que o ser humano é capaz… e insistir até cair que é esse o caminho a seguir…

São lentos os caminhos do sentimento…. Lento é assim o meu vagar… entre tanta riso e lamento… não entendo… onde este ser humano vai parar…

Sentado... prostrado… por dentro, por fora.. por todo o lado… mirrados e anquilosados dentro de corpos serranos… disfarces que ninguém ousa já tirar…

Poder que consome, imagem que nos come…. mil e uma noites de antifaz… viver sendo o que se não é….

Da cabeça fazer um par de pés… vida que -  assim -  se vai tornando vulgar…

E é tão bom festejar!... O paquete que já não mexe… quilha fendida – banda a tocar…

Seria bom lembrar… a memória esquecida:
de si mesma nesta vida…
entre tanto louco alucinado a mandar…

Normalidades fruto destas idades
nas que o número faz de verdade
nas que a mentira é vestida
de narizes grandes para não se notar…

Seria bom evocar… 
a glória de outrora…
entre o mundo que era vivo em cadahora..
mundo novo
 para se sentir…
viver… e gostar…

Agora corro… jogador sem bola..
atrás de fantasmas em imagem
que uma caixa e suas mensagens
me impelem a conquistar…

Sejam os bits que me guiem…
sejam os sites que me iluminem…
Já não há estrelas nem Sol para festejar…

Sejam os níveis de audiência
a dizer à tel-evidência
aquilo que a verdade
se negou a explicar…

Assim…
minha orla e floresta…
a que em bem falas e me tocas…
a que sentes… e sem boca
a esperança repetes de boca aberta…

Meus ramos a balançar…
serenidades esquecidas
que é sempre bom evocar…

Onde o cavalo que – livre corria…
onde o vento que seja mais que lamento
da erva em si mesma a balouçar….?

Onde o cavaleiro…
Evocando esse dia primeiro
– no que a luz e a vida
nos atrevemos a abraçar?...

Perdem-se na bruma dos tempos…
entre urros e lamentos
feitos sustento
de uns quantos bichos
de sangue fresco sedentos
esses que levamos por dentro
existindo para nos tiranizar…

Onde o que livre ecoe a lembrança e o lugar?....
 onde a memória apregoe que – LIVRES – podemos já regressar...

O tempos correm… os tempos doem…
Nós apátridas sem nome
ecoando entre o sol-pôr e o luar…

Seguem os ventos
sem miramentos
a esconder o que te estou aqui a contar
aquilo que a arvore da vida
nos veio neste tempo lembrar…

A casa de onde viemos…
esse lugar eterno que sempre tivemos
mantém-se à espera de que o lembremos
para sua porta poder encontrar…

Os que aumentam os fios…
puxando barulhos escondidos….
Inventando novos desafios
– esguios… esbatidos…
coisas que existem para ludibriar…

esses mantêm a paixão pela inovação….
O gosto pela miragem…
destrutivo ímpeto do que saiu de casa
 para não voltar…

– enebriando-se com os neóns – sem gosto pelo que se ama....
 passeando pelo mundo e a vida a desgana…
senhores de tudo e de nada…
acelerando, erguendo e desfazendo estradas…
fazendo a terra redonda depois quadrada…
inventando, recontando, reformulando…
desprezando – a sua própria origem… natureza singular

Assim se destrói o mundo
– por uns quantos sem outro fundo –
Do que o seu alento matar...
e no processo… enviesado e sem nexo
 – o mundo inteiro com eles arrastar…

Eles saíram por não ter sina…
Por desconhecer a palavra amiga
Que sopra no vento e na brisa…
Em todo e qualquer lugar

Saíram por ser em si estéreis…
Por serem fracos de alma débil…
por não saber amar…

Por serem pedaços da vida..
desgarrados e sem perspectiva…
folhas que – ao vento –
nada sabiam sobre dançar…

Pedaços de bruma sem fundamento…
que – entre a brisa – não aprenderam a pairar…

Agora
– levam os rebanhos –
- infelizes seres escravos –
cada vez mais longe do seu eterno lar…

são cães e são lobos…
pequenos degredos que tocam a todos…
se misturando sem medo
até que – no degredo –
já não haja forma de distinguir
onde se encontra o “mal”

Esses de que falo cometem – porém – um triste engano,
um pequeno grande “mas”….

Quem ouve o som dos tempos..
dos grandes e pequenos lamentos…
tem a coragem para ouvir além do que nos querem eles contar…

Existe um lugar
 – bem profundo –
 neste nosso estranho mundo
- que nenhum deles sequer se atreveu a lembrar…

Esse poço de negrume – tem em si algo estranho – de escuro alcume – que traz em si o dom de despertar…

As mentes dormentes, as consciências silentes e a alma que se entregou sem se precatar…

Falamos das luzes do escuro – desse algo que se faz puro – quando a tua vontade assim o quiser fazer valer… e em ti mesmo revelar…

Até lá – descansa – grande ser disfarçado em criança….

Que os lobos correm entre os rebanhos
– que estão escondidos como próprios e estranhos –
e não é bom por cá divagar…

Logo que passe um ano
– haverá margem ao desengano –
 – não mais pó – barulho ou dor…
pois a carne que mantém esta parte –
seres recônditos além do simples dó –
será inerte e ausente
e terão eles – certamente –
que conseguir maneira de se alimentar
de si próprios e da sua semente
 até que a Luz nova os leve daqui para fora –
embrulhados nos seus escuros mantos de lá roubada a tantos…


que – por agora - descansem no mais profundo do ser só…

Cold as the northern winds
In December mornings,
Cold is the cry that rings
From this far distant shore. 

Winter has come too late
Too close beside me.
How can I chase away
All these fears deep inside?

I'll wait the signs to come.
I'll find a way
I will wait the time to come.
I'll find a way home.

My light shall be the moon
And my path - the ocean.
My guide the morning star
As I sail home to you. 

I'll wait the signs to come.
I'll find a way
I will wait the time to come.
I'll find a way home.

Who then can warm my soul?
Who can quell my passion?
Out of these dreams - a boat
I will sail home to you.