A galinha e Zé non…
Era uma vez uma linha,
uma galinha
e Zé Non…
Uma atravessava
outro duvidava
dessa linha
até da galinha
parecer pautada
Remarcava
Remarcava
procurando o fio da questão:
Haveria ou não solução?…
E media e remexia
Os cordelinhos da mente acendia
sem notar, anotando
que amente era um como cão feroz
todo o seu tempo de vida ladrando
Como um ladrão na noite
O tesouro do tempo
Presente
roubando
guardião do seu espírito livre
e da sua livre e vera opção
assim desta e de tudo
duvidando
À medida que calculava,
à sua conclusão chegava
Ao grande e eterno “non”…
Esse que encerrava
Por sempre lacrava
Esse que não tem
princípio
nem fim
nem finalidade
para ti
ou para mim
Chegar ao ponto médio do médio
para quê?
Se a galinha
na sua inteligência mesquinha
atravessava a imaginária linha
Assim, pluf, plaf
magia sem mais
E “Ze Non” ali se ficava
medindo a linha intermédia
da estrada
arriscando
entre o carro
que nesse tempo
não existindo
no tempo da galinha
ia passando
Ate que um dia
Se encontrava
A galinha
Uma outra iluminada
Como tal Ze Non
Que assim se passava
E de tanto que assim se pautava
A galinha – espantada – parava
E mostrava
a linha da vida
Da mão ferida
Em Ze non marcada
E dizia
Medes tu as batidas
do coração
medes tu sua profundidade
e veraz intenção?...
Medes tu a palmo o mundo inteiro com tua própria mão
medes assim mesmo o latir desse terno, o eterno coração
através das batidas, suavemente sustidas na palma da tua
mão?
Medes a intensidade de um momento,
da cadência da luz do sol ou do vento
reflectidas nessa palma em suave e simples ademão
Contidas nessa tua alma
assim reflectidas
pelo teu iluminado olhar
assim vistas e reconhecidas
pelo teu Ser semelhante
ao te ver e sentir ao passar?...
Medes a vida que em ti se esvai
Os minutos segundos e o tempo que decai
Medes vidas reflectidas por também por dentro as rever
E as vês vivas porque vida também em ti podes vir a Ser
Sentir
Suster
E assim
de novo
Voltar em realidade
E verdade a viver
Além da “idea”
abstracta vaidade
Que te estava enrijecer…
E o tempo - perdido
De ti
A afastar ou obscurecer
Medes com a tua pauta o mundo
que pode vir a chegar a ser…
ou vives nesse tal “ Presente”
que esta, minha linha estridente
te está a ensinar a rever?
E no fundo, passou a galinha
no seu silencio de linhas
E lumes e fios e coisas vagas
No fundo passou a galinha
E viveu o que passou
Até chegar
“Ao outro la do da estrada”
Destemida, não planificava
Enquanto Ze Non temia…
enquanto media e duvidava
E assim ficou Ze Non iluminado
pela galinha de Vida reflectida
Assim, em seu peito, de novo irmanado
com essa Vida, que
vive, vibra e respira
em ti em mim,
nele – Ze Non -
e em todo o lado
E com a linha de Vida
Que em seu ser
Assim O SER,
havia traçado
Cada batimento em flor
cada momento melhor
cada escada subida
nesta escalada
chamada de “vida”
Cada pessoa esquecida
assim de novo recuperada
Subtraída à cifra
e à Vida somada
À escalada da via da Vida
Assim novamente integrada
Essa que é em nós reflectida
Até ser desatada
Através da Vida de novo preenchida
Vida intensa inflamada
Chama além cor
Além riso e dor
Abraçada
Em cada pessoa amada…
Assim reflectida, assim requerida
Por dentro e por fora abraçada
E em cada momento de entrega
Ao vento, a onda ao firmamento,
à existência inteira dentro de nós abarcada
Assim reflectida
assim mantida e referida
Como Própria Vida
assim em nós animada
Assim – Vida e Nós
Estar e Ser
de perspectiva trocada
E assim Zé non se deixou de coisas finas
de produtos de mentes divinas
e passou a caminhar
pelos jardins peripatéticos
a se ultrapassar
Aristóteles e quem o
quisesse ouvir ou amparar
Por sentir vida nova em cada palavra - viva escola
assim por dentro - de
novo em vida a vibrar
Mais além do numero seco,
esse que forma de eco
se preparava para em si
mesmo gravar
Assim salvou a galinha viva a Vida em vida
desse “Zé non” quase de partida
para esse mundo que não existia
fruto dessa tal ideia: fria e vazia
Roda de Moebius de nunca acabar
Sísifo em rebolo a esfera a arrastar
acabará algum dia
esse da ideia vazia
o tal que por vezes convida
fascina
e desguia
tanto ser Humano
a converter y extraviar…
Viver implica assim ceder,
que a mente – omnipotente
possa ao fim se aperceber…
Da sua imagem em espelho
vendo além da criança,
do jovem ou velho
A mesma Vida
sua própria Vida
noutro ser ainda
incontida
por assim a poder reconhecer
Sistema isolado… é sistema acabado
e uma anestesia mental
todos giramos neste jogo contamos
somos o centro o principio e o final
E quem assim se ache maioral
que veja
como se mantenha ou lampeja
Essa “sua vida” de sentido
de propriedade nominal…
se a fizer fazer de novo
além da “galinha e do ovo”
sendo Pinóquio ou….
Um ser Humano normal…
Se não fossem tantas outras
Vidas Com H grande por igual
Em si, em ti em mim reflectidas
Como as esferas no céu sustidas
Assim tantas vidas preciosas
Além redoma – puras Rosas
A Brilhar,
Por dentro e por fora
A se mostrar
E que se iluminando, como num novo céu se mostrando
são como as vias novas, novas vias de Mundo magistral…
Olhar o céu e ver
Orionte caçador
Ou ver uma Rosa
Por fascínio e por amor
Como Criança renascida
Para o novo mundo
e nova perspectiva
É como dar a volta ao Mundo
E ver o mundo ao contrário…
É procurar o apoio, O “Amor”
Onde outros vêm o adversário
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