E quando nos trancam...
Quando nos silenciam numa parede invisível - de vidro cinzelado por orelhas que se fazem surdas e por olhos que se pretendem velados... então é momento de ganhar coragem...
Quando nos amarram... trocando as peugadas dos nossos passos - fazendo parecer que desapareceram baixo uma qualquer vaga de mar amargo... é momento de inspirar teu sopro e lembrar teu próprio canto...
Quando nos devoram... com falsas promessas, com divinas certezas e com ocas verdades... é tempo de ser mais forte, de encontrar teu NORTE...
...do teu peito nascerá coragem - que é estirpe e é a linhagem do saber que encontra a morte e nos olhos a firmando se entrelaça e descende lutando - desde as trevas se elevando num fogo ainda mais forte...
Quando as formigas constroem castelos... de medo, de dúvida e de degredo... olhas as belhas procurando seu mel...
Vai mais fundo - do que as frias urtigas pretendem incutir na tua pele... aguenta essa dor diáfana... esse torvor que te atira para lá da linha que as separa... e regressa - pé firme: vista alçada...
Pois mergulhaste no escuro, na noite perdeste a peugada... e - no estio encontraste um fogo - e das raízes profundas se elevou uma chama...
Regressa - para dar testemunho ao mundo que se esquece...
Regressa - a estes seres vis que trabalham à pressa - para construir colmeias de raínhas veladas...
Traz o Dragão, traz a Fénix... traz tua alma justificada...
Pelo fogo do combate contra todas as frentes testada...
Agora - veste tua malha, recolhe o escudo aperta a tua espada:
Que o teu elmo seja a mente fria - que se projecta neste mundo como o gume da tua lâmina...
Que escudo seja verdade - de saberes onde pisas, de saberes quem te comanda, da certeza de estares firme como a voz grossa que da tua garganta se espalha...
Orgulho de ser quem és - nem ser que se humilha nem aquele que verga não importa a que pés...
És guerreiro de sangue real... pois a tua atitude marca uma pauta...
Teu bramir uma fonte de luz... teu viver uma porta d'esprança...
Ergue-te guerreiro das sombras - que de negro vestes tua alma...
Que a luz vera é a que se esconde detrás da tua couraça, do teu elmo... da tua espada...
A luz vera é a que ilumina por dentro e não aquela que cega a calma do dormente enquanto caminha de regresso a casa...
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